PBH da Gente

Wednesday, November 08, 2006

Hospital-Dia do HMOB reduz fila

Júnia Leticia

O Núcleo de Cirurgia Ambulatória (Hospital-Dia) comemora um ano de funcionamento com a marca de mais de 1.500 cirurgias. O programa é uma realização da PBH, através de parceria entre o HMOB e a Secretaria municipal de Saúde. O Núcleo Hospital-Dia foi inaugurado em junho de 2000 como uma extensão do HMOB.

O Núcleo já realizou 736 cirurgias de otorrino. Atualmente a fila de espera para procedimentos de amígdala, adenóide e microcirurgia de ouvido, que durava até três anos, não ultrapassa um mês, após o encaminhamento da guia de cirurgia para o Núcleo. Na maioria das vezes, os pacientes são operados e recebem alta no mesmo dia, o que possibilita a desospitalização e a liberação de leitos.

Segundo a superintendente, Maria Luiza Vasconcelos Nascimento, “o HMOB, na sua transformação em hospital de urgência e emergência, para não prejudicar os serviços, ampliou sua ação no Hospital-Dia, transferindo-lhe os recursos físicos e humanos, para garantir atendimento e procedimentos que não são da urgência, como os de apoio diagnóstico e terapêutico. A expectativa é a multiplicação de serviços e mais funcionalidade no sistema, diminuindo custos hospitalares com a redução da hotelaria”. A Superintendente explica ainda que o Hospital-Dia é parte integrante do HMOB, que acompanha com rigor o controle de normas técnicas e de vigilância sanitária.

No Hospital-Dia também são realizadas cirurgias geral, pediátrica, vascular, plástica e proctológica, além do exame, através de vídeo, para detecção de problemas de voz e nasal, carência antiga da rede pública. Neste ano, o núcleo está participando do Mutirão de Cirurgia de Varizes, um programa do Ministério da Saúde. Está prevista, ainda para 2001, a ampliação do atendimento, com a realização de cirurgia de mão e oftalmológica e o serviço de colonoscopia.

O Hospital-Dia é coordenado pelo cirurgião geral Galileu Bonifácio Costa Filho, que destaca “a importância do resgate da cidadania de pacientes e familiares que aguardavam cirurgias há três anos, além de que o problema das filiais foi resolvido na própria rede municipal de saúde”. O médico ressalta ainda a iniciativa da PBH: “Com parceria, é possível resolver os problemas, mesmo os considerados difíceis ou impossíveis”.

O Núcleo funciona no PAM-Sagrada Família (entrada pela Rua Joaquim Felício, 101/3º andar).

Prata da casa – Administração e planejamento

Júnia Leticia

Saber administrar bem o tempo é uma tarefa difícil, porém necessária a profissionais da saúde. Coordenador da Odontologia do HMOB, Luiz Augusto Lima, aprendeu desde cedo essa tarefa. “Já tive vários empregos e compromissos ao mesmo tempo e meu horário de trabalho era e continua sendo de 12 a 14 horas por dia”, afirma. Hoje ele trabalha no HMOB e em um consultório particular.

Especialista em Periodontia (doenças genvivais), Luiz Augusto já exerceu cargos em diretorias da Associação Brasileira de Odontologia, do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais e da Sociedade Brasileira de Periodontia. “Ao mesmo tempo, trabalhava na Prefeitura, em meu consultório e, durante o período em que estive na ABO-MG, atuei como professor na Escola de Aperfeiçoamento Profissional pelo Departamento de Periodontia”, completa.

Atendimento

Há 11 anos ele foi designado para montar e coordenar o Pronto-Socorro Odontológico, em instalação no HMOB. “Em todo esse tempo, o serviço odontológico do Hospital sofreu várias modificações para melhorar o atendimento ao usuário de Belo Horizonte e região. Hoje funcionamos em parceria com a Faculdade de Odontologia da UFMG, principalmente na área de estomatologia (lesões de boca) e cirurgia, e traumatologia buco-maxilo-facial”, ressalta. O serviço de Odontologia do Hospital também faz atendimento de urgência e emergência, além de atendimento básico para os funcionários do HMOB e seus dependentes diretos e, ainda, usuários com necessidades especiais (portadores de deficiência mental).

Prevenção

“O atendimento ao deficiente mental é um serviço diferenciado da Odontologia do HMOB”, explica Luiz Augusto. O serviço foi implantado há três anos e meio e já realizou até mutirão para dar vazão à lista de espera que era grande, pois incluía pessoas do interior. “Conseguimos realizar muitos atendimentos e zerar a fila de espera em Belo Horizonte”.

Luiz Augusto, juntamente com outros colegas da Odontologia da Prefeitura, é também responsável pelo Programa de Saúde Bucal do Município. “Fui convidado para participar de um grupo para estruturar o serviço de odontologia social. Elaboramos um programa de prevenção e serviço odontológicos dentro das escolas municipais.”

Convívio familiar

Casado, pais de dois filhos – Wainer Mendes Lima (casado, engenheiro mecânico aeronauta) e Flávia Mendes Lima (advogada) – Luiz Augusto lembra de uma frase do filho, quando criança, para ilustrar o problema da falta de tempo disponível para o convívio com a família. “Uma vez estava preparando aulas em cãs e meu filho falou: ‘nunca vou ser dentista, porque dentista não vê o filho’”.

“O ruim da profissão é que ninguém vem fazer turismo no Hospital; as pessoas chegam aqui em estado de desespero. O lado gratificante e compensador é receber o agradecimento das mães de deficientes. Aprendemos muito com essas pessoas.” Apesar de ainda trabalhar de 12 a 14 horas por dia, Luiz Augusto gosta de praticar esportes, como peteca, em seu tempo livre. “Sou petequeiro dos bons!”, garante.

Fisioterapia respiratória

Júnia Leticia

Uma nova técnica da fisioterapia respiratória foi implantada em maio no HMOB. Trata-se da técnica de desobstrução de vias aéreas superiores e inferiores e que tem acelerado o processo de desospitalização de pacientes. O tratamento está sendo feito em crianças de 0 a 14 anos, internadas na Pediatria que, em razão de problemas respiratórios, não puderam ter alta, e em bebês prematuros. As crianças são liberadas e voltam ao Hospital periodicamente para dar continuidade ao tratamento.

A coordenadora do estágio de fisioterapia do HMOB e professor do Departamento de Fisioterapia da UFMG, Tereza Cristina Silva Brant, responsável pela implantação da técnica no Hospital, explica que o tratamento é destinado aos pacientes que apresentam problemas respiratórios de repetição e aos bebês que retêm grande quantidade de secreção nas vias aéreas superiores, dentre outros.

Segundo a fisioterapeuta, os principais sintomas apresentados pelas crianças que necessitam ser tratadas através desta técnica de fisioterapia respiratória são a presença de coriza nasal constante, sinusites e otites de repetição, rinites, sono agitado, humor instável, dentre outros.

O atendimento é feito na segunda e na quinta-feira pela manhã.